Crítica – Disco: Guizado convida para viagem espacial em novo álbum

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O trompetista Guizado é dono de uma das mentes mais inventivas do independente nacional. Depois de lançar um trabalho solo ano passado (O Voo do Dragão) e de excursionar com Karina Buhr na turnê de Selvática, ele ainda consegue produzir mais um projeto, o Guizadorbital, que tem como mote o convite a uma audição espacial, dentro da imensidão do Cosmos.

O Espaço inspirou o músico tanto no conteúdo quanto na forma. As faixas prezam pela desconstrução rítmica, um experimentalismo que combina com a beleza precisa, mas também exuberante do Universo. Cada música é batizada com o nome de um planeta do Sistema Solar, além do Sol.

Com uso de programações, as faixas foram feitas em um processo de fluxo contínuo. Guizado apresentou as bases para os músicos Thiago Duarte (baixo synth e cordas), Beto Montag (vibrafone elétrico) e Allen Alencar (guitarr), que criaram arranjos baseados nos estímulos sensoriais que cada batida trazia. Esse processo funcionou bem para criar a ambientação espacial buscada desde o conceito do álbum. Misturando elementos orgânicos com sintetizadores e outros beats programados, o trabalho consegue proporcionar ao ouvinte a experiência de se conectar com a vastidão espacial.

O Guizadorbital mantém Guizado (nome artístico de Guilherme Mendonça) na dianteira do nu jazz e do lado mais experimental e inventivo do indie brasileiro.

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