Crítica – Disco: Alabama Shakes | Sound & Color

alabama shakes sound and color album
Divulgação.
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Sem inovar, Alabama Shakes segue se apoiando no incrível gogó de sua vocalista

Em seu segundo disco, o Alabama Shakes não precisa mais provar que vai além do revisionismo do rock sulista que se propôs. Agora, após a aclamação inicial, a banda pôde se soltar dentro do estilo que escolheram. Em Sound & Color eles mostram que não estão nem um pouco interessados em ampliar seu espectro sonoro, mas conseguem ir além da pecha “retrô” que muitos ainda os relacionam.

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Dentro do seu conservadorismo sonoro, o Alabama Shakes tem como maior trunfo o alcance sonoro de sua vocalista Britany Howard. Ela sabe onde deve inovar e onde exibir preciosismo no gogó. E passeia com muita desenvoltura nos gêneros blues rock, country e garage rock para mostrar que esses espaços tidos como impassíveis e imovíveis ainda podem sofrer um sacolejo de uma mulher negra afoita e criativa. E, claro, muito ciente do seu poder vocal.

A banda é também muito confiante, criando pouco, mas refinando a fórmula básica do rock para dar a deixa para Howard mostrar seu talento. Como principal instrumento do grupo, a voz surge como o principal diferencial do Alabama Shakes. Depois de um trabalho mais visceral, esse novo disco traz elementos pegos da psicodelia dos anos 1970 e o rock garageiro dos 80. Não remexe o gênero do seu estado atual, mas cumpre expectativas. [Fernando de Albuquerque]

alabama-shakes-sound-and-color-albumALABAMA SHAKES
Sound & Color
[Rough Trade, 2015]

7,5