Crítica: Dirty Projectors de volta às origens no novo Lamp Lit Prose

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Dirty Projectors, o grupo liderado pelo artista visual e multiinstrumentista David Longstreth, volta a ser uma banda de fato depois de ter lançado um disco como um projeto solo no ano passado. Com uma nova formação, este Lamp Lit Prose retoma o incrível trabalho de instrumentação inusitada mesclado a um arranjo vocal fora dos padrões. O resultado é uma subversão do pop e rock que gera algo com muita instiga e energia.

Parece de fato um novo começo para o grupo e retoma os passos do ótimo Bitte Orca (2009), que também se baseava em arranjos esquisitos e um jogral das ex-vocalistas Amber Coffman e Angel Deradoorian. Para Lamp Lit Prose, Longstreth deixou para trás o tom de “álbum de término de relacionamento”, que foi o caso do anterior, para se jogar nas abstrações pop.

Contou para isso com diversas participações especiais, caso de Syd (do The Internet), as novas musas do pop alternativo Empress Of e Amber Mark, além de Rostam, do Vampire Weekend. Tanto nos arranjos quanto nas letras, o disco é repleto de imagens psicodélicas que encontram relação estética com diversos momentos do pop, caso da oitentista “I Feel Energy”, canalizando Michael Jackson no auge, ou “That’s A Lifestyle”, que é puro rockão clássico.

“Break-Thru”, com seus falsetos, teclados e programações eletrônicas e “Blue Bird”, é puro Dirty Projectors, o que já esperaríamos de um trabalho da banda. Deitado sob um capital artístico acumulado ao longo de anos, David Longstreth se sai bem nessa retomada ao se manter inventivo e disposto a atingir novos horizontes. Belo recomeço.

DIRTY PROJECTORS
Lamp Lit Prose
[Domino, 2018]
Produzido por David Longstreth

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