Crítica: Céu | Caravana Sereia Bloom

ceu sereia

No baile da saudade, Céu refaz a MPB com seu pop suave

Por Juliana Simon

Imagine uma moça de seus 30 e poucos anos no Baile da Saudade. Essa é Céu em seu novo disco Caravana Sereia Bloom. Um trabalho que pode parar nos fones das vovós desse Brasil sem nenhum choque e fazer os netos se encantarem pela bela cantora novamente.

A viagem de Céu – com a voz rouca, afinadíssima e desafiadora que a fez explodir em 2005 – começa pelas guitarras rasgadas e ritmo Doces Bárbaros de “Falta de Ar”. Destaque para “Contravento”, que em 2 minutos e 40 segundos bebe de Jovem Guarda a Wilson Simonal.

O dois pra lá e dois pra cá do bolero dita o single de lançamento (disponível para download) “Retrovisor”, e outras canções como “Amor de Antigos” e “Baile da Ilusão”. Nelson Cavaquinho aparece na belíssima regravação de “Palhaço”.

Fora esse resgate da sintonia AM, novidade neste terceiro álbum, Céu continua apostando em caprichados reggaes – presentes também nos outros CDs CéU e Vagarosa – “Asfalto e Sal” e “You Won’t Regret It”; e no canto em eco de “Sereia”. A parte, digamos, menos perfeita do álbum fica por conta da aura “cool” das três últimas canções “Fffree”, “Streets Bloom” e “Chegar Em Mim”. São músicas um pouco mais arrastadas, que impressionam bem menos que as outras.

Céu repaginou o popular e acertou. Menos palatável que os outros dois trabalhos, Caravana Sereia Bloom traça a marca definitiva da cantora, que não veio para fazer um pop suave, mas para concretizar a tal nova MPB, sem esquecer as que já passaram.

céu ceú e1329092809381CÉU
Caravana Sereia Bloom
[Universal, 2012]
[Recomendado]

Nota: 9.0