Crítica: Broken Social Scene | Forgiveness Rock Record

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POLIFONIA DO BEM
Em novo disco, Broken Social Scene encontra o equilíbrio perfeito

Por Lidiana de Moraes
Colaboração para a Revista O Grito!, em Porto Alegre

Sendo um dos coletivos musicais mais aclamados da atualidade, o Broken Social Scene vinha oferecendo uma infinidade de criações que contribuiram para enriquecer a cena indie que estourou no século 21. No entanto, o grupo capitaneado por Kevin Drew demonstrava em boa parte de sua discografia um problema causado pelas múltiplas personalidades presentes, o que impedia que cada trabalho representasse uma identidade dominante, a do próprio Broken Social Scene.

Apesar de alguns considerarem a pluralidade musical do BSS mais qualidade do que defeito, álbuns como Feel Good Lost (2001) sofriam com a ausência de uma unidade que caracterizasse o som dos canadenses. Contudo, em Forgiveness Rock Record, eles pedem perdão pelos erros cometidos no passado e provam porque são um dos coletivos mais bem sucedidos da música, rendendo também carreiras solos espetaculares como a de Leslie Feist.

A produção de John McEntire (Tortoise) conseguiu transformar o disco em uma coletânea bem sucedida de sonoridades que vão do dream pop de “Me and my hand” ao space rock de “Meet me in the basement”. Mas o ponto alto está mesmo nas canções com melodias contagiantes como “Art House Director”, “Water in hell” e “Texico Bitches”.

Atingindo a fórmula perfeita na mistura de integrantes quase fixos e convidados para lá de especiais, a trupe do Broken Social Scene consegue evidenciar com Forgiveness Rock Record que uma assembléia musical pode ser artisticamente produtiva, sem cultivar o menor interesse em chamar a atenção mais pela escalação convocada para fazer o disco do que pela música em si.

NOTA: 8.5