Crítica: Bande Dessinée | Sinée Qua Non

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Trabalho revitaliza banda e traz um caldeirão musical que dá certo

Por Juliana Dias
Da Revista O Grito!, em São Paulo

Desde 2007, a Bande Dessineè leva a música francesa dos anos 1960 e 1970 para os palcos do Recife. Agora, eles lançam o primeiro álbum, Sineé Qua Non, disponível gratuitamente para download no site da banda. O adjetivo que vem à cabeça durante toda a audição é “elegante”. Eles revisitam o pop francês dos anos 1960 e 1970 e, da metade do álbum até o final, temos um trabalho mais autoral, com influências brasileiras e uma dose, mesmo que leve, dos ritmos pernambucanos.

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Entrevista com a banda

O álbum abre com “Bande à parte”, animado hit em francês, e segue com “Bouge Ton Squelette”, que começa com um sussurro e toma força com o trompete e a bateria. As doze faixas misturam o sotaque nordestino ao inglês, francês e português. A nossa língua aparece pela primeira vez na terceira delas, “Artéria”. Reflexivo, ele nos fala sobre dores, amores, mágoas, tudo sem perder o charme. A melancolia é maximizada em “Tramonto”, que aposta no instrumental e nas viradas de bateria. “Tropiques” segue com o clima e nela as reflexões ficam mais agressivas.

A parte final do trabalho é mais autoral e resgata influências de ritmos mais brasileiros, fechando o álbum com muito estilo. A experimentação continua em “Intempestiva” e “La Libertè est Rouge” (referência à trilogia de filmes do diretor Krzysztof Kieslowski – mas nela, a fraternidade que é vermelha). O disco revitaliza a banda e aponta novas direções que tomarão daqui para frente. Também serve para representar a diversidade da cena indie de Pernambuco hoje.

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Sinée Qua Non
[Independente, 2011]

NOTA: 8,0