Análise: Grammy 2014 consagra hip hop conceitual de Kendrick Lamar e pop de Daft Punk

2013: o pulo do gato do Daft Punk (Divulgação)
2013: o pulo do gato do Daft Punk (Divulgação)

O Grammy anunciou neste final de semana os indicados para a edição de 2014, que acontece no próximo dia 26 de janeiro em Los Angeles. Este ano, além das indicações óbvias como Taylor Swift, temos ainda boas surpresas como Kendrick Lamar e James Blake.

Lamar compete em categorias nobres, como Melhor Álbum e Melhor Novo Artista. Mostrando a força do Hip Hop no Grammy, Macklemore & Ryan Lewis também ganharam indicações, assim como Drake. Jay Z lidera, com nove indicações, mas nenhuma em categoria de peso. Tirando Melhor Album de Rap/Hip-Hop, o músico foi lembrado apenas em Melhor Clipe, Melhor Dueto, Melhor Performance Rap, Melhor Colaboração em Rap e Melhor Música de Rap.

Já o Daft Punk, confirmando seu pulo do gato no mainstream em 2013 recebeu cinco indicações. A dupla fez uma bem orquestrada campanha de marketing e, ainda que seja um disco muito bom, a indicação não chega a ser uma surpresa. Os robôs franceses já tinham os americanos na palma da mão antes mesmo da chegada dos disco às lojas. A indicação de good kid m.A.A.d city, de Kendrick Lamar, esta sim é uma boa surpresa. Disco ousado, conceitual, sem pretensão comercial e com elogios rasgados da crítica.

Mas, é bem provável que seja Taylor Swift e seu pop perfeitinho que leve o prêmio. Red é um disco cheio de qualidades e confirma a cantora como a maior estrela de sua geração, mas está longe de ser um clássico imediato. Por fim, na categoria mais prestigiada ainda concorre o disco de Sarah Bareilles, cantora que quase passou desapercebida, mas que estranhamente ganha uma chance aqui. Como lembrou o FitaBruta, foi pura política.

Do universo indie, James Blake parece ter sido, enfim, descoberto pela indústria. Ele concorre como Melhor Novo Artista, muito em parte por causa da ótima recepção de seu trabalho Overgrown. Já Lorde, que fez o mundo inteiro cantar seu hino anti-ostentação “Royals”, ficou de fora (ganhou apenas “Gravação do Ano” e “Canção do Ano”). No nicho “alternativo”, ainda competem The National, Tame Impala, Neko Case e Nine Inch Nails.

E é impossível não comentar a esnobada que levou Justin Timberlake. Ele ficou de fora de praticamente todas as categorias principais, mesmo com um disco bem elogiado lançado este ano e ótimos singles.

Veja os indicados nas principais categorias. Para ver todas as 78 (!) veja no site oficial do Grammy.

Canção do ano
“Just Give Me A Reason” – P!nk e Nate Ruess
“Locked Out Of Heaven” – Bruno Mars
“Roar” – Katy Perry
“Royals” – Lorde
“Same Love” – Macklemore & Ryan Lewis

Melhor performance de artista pop
“Brave” – Sara Bareilles
“Royals” – Lorde
“When I Was Your Man” – Bruno Mars
“Roar” – Katy Perry
“Mirrors” – Justin Timberlake

Melhor performance pop em dupla ou grupo
“Get Lucky” – Daft Punk e Pharrell
“Just Give Me A Reason” – P!nk e Nate Ruess
“Stay” – Rihanna e Mikky Ekko
“Blurred Lines” – Robin Thicke / T.I. / Pharrell
“Suit & Tie” – Justin Timberlake e Jay Z

Álbum do ano
“Good Kid, M.A.A.D. City” – Kendrick Lamar
“Random Access Memories” – Daft Punk
“The Blessed Unrest” – Sara Bareilles
“The Heist” – Macklemore & Ryan Lewis
“Red” – Taylor Swift

Melhor álbum country
“Night Train” – Jason Aldean
“Two Lanes of Freedom” – Tim McGraw
“Same Trailer Different Park” – Kacey Musgraves
“Based on a True Story” – Blake Shelton
“Red” – Taylor Swift

Artista revelação
James Blake
Kendrick Lamar
Macklemore & Ryan Lewis
Kasey
Musgraves
Ed Sheeran

Single do ano
“Get Lucky” – Daft Punk e Pharrell
“Radioactive” – Imagine Dragons
“Royals” – Lorde
“Locked Out Of Heaven” – Bruno Mars
“Blurred Lines” – Robin Thicke / T.I. / Pharrell