A Torre Negra: Nasce O Pistoleiro

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Adaptação de obra de Stephen King é um blockbuster dos quadrinhos
Por Paulo Floro

A TORRE NEGRA: NASCE O PISTOLEIRO
Peter David e Robin Furth (texto) e Jae Lee e Richard Isanove (arte)
[Minissérie em 7 edições, R$ 4,90, 48 págs, Panini]

Assim como no cinema, adaptações de obras do escritor Stephen King envolvem cifras milionárias. E nos quadrinhos não poderia ser diferente. A Torre Negra, lançado este mês pela Panini é um mega-projeto editorial que planeja transpor para os quadrinhos a série de sete livros escritas por King desde os anos 1970.

A história é uma mistura de ficção cientifica, western e realismo fantástico. Esta minissérie se trata da adaptação do primeiro livro, que conta a história do pistoleiro Roland Deschain de Gilead, uma espécie de Capitão Nascimento, só que com muito mais classe. Impassível e violento, Roland desafia seu mestre antes mesmo de terminar seu treinamento. Existe uma semelhança com os cenários do Velho Oeste americano, misturados a tecnologia avançada, mas é com o mundo de fantasia de O Senhor dos Anéis que A Torre Negra mais se aproxima.

King chegou a admitir que teve a idéia de escrever os livros após ler a obra de J.R.R. Tolkien. Aqui, ele também criou um universo bem estruturado, com idioma, leis, peculiaridades, história, personagens, linha de tempo. Não é à toa que a HQ tenha uma consultora, Robin Firth, para dissecar e esclarecer os pormenores da saga de King. A história escrita por Peter David vai além de fazer uma simples transposição da obra. Mas é nítido aqui que David é apenas um funcionário cumprindo (bem) sua função num projeto bem maior. Esqueçam as ironias e o leve tom de deboche dos textos do autor.

capitulo1 grandegifQuem brilha mesmo é o desenhista coreano Jae Lee, com seus traços finos e planos detalhistas. Depois de fazer minisséries elogiadas como Sentry – O Sentinela e Inumanos, ambas de Paul Jenkins, esta é a grande vitrine para o talento do jovem desenhista. A Torre Negra é um projeto editorial interessante, mas por vezes carece de personalidade. No entanto, para a legião de fãs de Stephen King e para aqueles que acreditam que a obra do escritor se resume a terror e suspense, a HQ é altamente recomendada.

NOTA: 6,5